Mais uma jovem travesti agredida e ameaçada no bairro da Váreza em Recife

10422400_384459038402578_4891519645174287181_nHOJE, 29 de Janeiro é o dia da visibilidade trans e, infelizmente, compartilhamos o texto a seguir:

[Solicitamos ampla divulgação] – MACHISTAS, HOMOFÓBICOS E TRANSFÓBICOS NÃO PASSARÃO!

Infelizmente esse é mais um relato de transfobia:

Recife, Várzea, segunda-feira, 27 de Janeiro de 2015. Sim, estamos no século XXI e, lamentavelmente, ainda existem pessoas que se acham no direito de agredir a outras.

A travesti Sara Brackman (Sarita), 24 anos, foi agredida na porta de sua casa por um vizinho. A mesma relata que vinha sendo coagida na comunidade em que reside e no dia da agressão estava em uma ligação com uma amiga do lado de fora da sua residência e seu vizinho sentiu-se incomodado com a situação. Sarita então perguntou ao mesmo se havia algum problema já que ele começou a agredi-la verbalmente, dizendo à mesma que resolveria a situação de outra maneira. Sarita então continuou a ligação e depois retornou as suas atividades. Após um tempo o homem voltou e perguntou se ela estava ficando louca por ter “descontado” nele o stress da ligação, então o agressor pegou um cabo de vassoura que estava perto e lançou contra a vítima causando inúmeras escoriações em seu corpo (pernas, braços e barriga), não esquecendo de mencionar as agressões moral e psicológica sofridas.

960286_384459041735911_2066441968825367527_n A polícia foi acionada, chegando ao local quase uma hora depois do ocorrido alegando que não podia levá-los para a delegacia pois não havia mais flagrante (mesmo com tantos hematomas pelo corpo), instruindo a vítima a comparecer depois à delegacia para prestar uma queixa. Sarita desistiu de prestar queixa pois o agressor a procurou pedindo para que a mesma não o denunciasse pois este já tinha passagem pela polícia por agressão (e mais uma vez a história se repete: mais uma agressão é “deixada de lado”, mais uma agressão “não oficializada” e mais um agressor impune). Sarita foi conscientizada da importância de fazer a agressão sofrida não tornar-se motivo de vergonha e sim ser uma mola pra militância pelos direitos LGBTs, a denúncia está sendo feita para ser amplamente divulgada, para que cada vez menos travestis, transexuais, gays e lésbicas precisem recorrer a este tipo de apelo para terem seus direitos assegurados.


Sara foi agredida e está viva, mas muitas de suas companheiras não têm a mesma sorte. As marcas no corpo dela se apagarão, mas o que ela sofreu não. Quantas pessoas são agredidas/assassinadas diariamente só por serem quem são? Quantas travestis morrem no esquecimento por não estarem dentro do padrão hetero normativo imposto nesta sociedade em que vivemos? Até quando as travestis continuarão sendo assassinadas e agredidas e seus agressores passarão impunes? Até quando precisaremos estar lendo/compartilhando estes textos? Quantas Saritas mais?!


10414396_384459011735914_3657399909381574868_nEste texto serve de empoderamento contra TODA FORMA DE OPRESSÃO! Todas e todos tem o direito de viver e ser quem são pelo simples fato de que só temos uma vida e esta só nos diz respeito! Se queremos andar como Sarita, como Ana, como Paulo, como José, DEIXA! Se queremos transar com uma pessoa ou com cinco, DEIXA! Nosso corpo, nossas regras! Se queremos ser “Saritas”, “Pedros”, “Charlotes” ou os três, DEIXA!


BASTA DE MACHISMO! BASTA DE HOMOFOBIA! BASTA DE TRANSFOBIA E VIOLÊNCIA! BASTA DE VIOLÊNCIA E OPRESSÃO!
Somxs todxs gays, lésbicas, transexuais e travestis! Somxs um e não nos calaremos até que todxs estejam LIVRES E EM SEGURANÇA!